terça-feira, 20 de abril de 2010

Entrevista com Lukas Podolski

Um atacante que atrai 20 mil torcedores ao estádio para assistirem ao primeiro treino da temporada é certamente um jogador diferenciado. No dia 25 de junho de 2009, após três anos longe do seu clube de origem, Lukas Podolski voltou a vestir a camisa do Colônia no Estádio RheinEnergie, despertando uma euforia indescritível nos torcedores da equipe.

O "Príncipe", como o craque é conhecido, retornara ao seu palácio após três temporadas de exílio no Bayern de Munique. Ele havia tentado de tudo para ser feliz na Baviera, mas acabou não alcançando esse objetivo.

Embora o habilidoso atacante tivesse propostas de outros grandes clubes tanto da Alemanha como do exterior, ele preferiu voltar à cidade onde começou a sua carreira profissional. Aos 24 anos, Poldi, como é popularmente conhecido entre os torcedores, revelou que a decisão de retornar às suas raízes futebolísticas envolveu sentimentos muito profundos. O que ele queria era começar uma nova fase junto com a namorada Monika e o filho Louis.

É verdade que nem tudo correu perfeitamente na atual temporada para o jogador, que já disputou 70 partidas pela seleção alemã. Mas uma coisa é certa: Poldi voltou a sorrir e parece estar se sentindo bem tanto fora como dentro de campo, o que nem sempre estava acontecendo no Bayern.

Aproveitando a boa fase do atacante, o FIFA.com falou com o camisa dez do Colônia sobre a Bundesliga, o técnico Joachim Löw e as chances de título da Alemanha na África do Sul.

Lukas, já se passaram nove meses desde o seu retorno ao Colônia. Quais as diferenças entre a vida na Renânia e na capital da Baviera?

Em Munique, o ambiente e a atmosfera em torno do Bayern são obviamente muito diferentes do que aqui. Sei que estou de volta à minha casa e me sinto ótimo. Conheço muito bem as pessoas, a mentalidade e o clube.

Olhando para trás, do que você mais sente falta do seu antigo clube?

A época em Munique foi boa, mas na realidade não existe nada lá que eu não tenha em Colônia. Estou muito feliz por estar aqui novamente. Claro que é sempre uma pena o fato de que agora não convivo mais tanto com os muitos amigos que fiz em Munique.

O Colônia vem fazendo uma temporada apenas regular na Bundesliga e está na metade de baixo da tabela. Como você avalia o rendimento da equipe até o momento e quais as suas expectativas para as últimas semanas do campeonato?

Acredito que, até certo ponto, a nossa campanha está sendo satisfatória. Após o primeiro turno, o elenco se estabilizou e estamos crescendo juntos. Entretanto, ainda não estamos em uma situação confortável. Precisamos fazer o possível para conseguir o máximo de pontos e afastar o perigo do rebaixamento o quanto antes.

Desde o seu retorno, você viveu fases boas e outras nem tanto. Recentemente, no entanto, a sua curva de rendimento voltou a subir. Como você explica essas oscilações?

O início não foi tão fácil. Cheguei como um novo reforço a uma equipe que havia acabado de contratar um novo técnico. Antes de mais nada, foi preciso que nos encontrássemos como equipe e desenvolvêssemos formas de jogar. Além disso, precisei combater várias lesões ao longo do campeonato. Apenas recentemente fiquei completamente livre de contusões e estou entrando no meu ritmo.

Publicamente, você sempre passa a impressão de ser bastante tranquilo e feliz. Como você lida com a pressão que está pesando sobre os seus ombros desde que voltou para o Colônia?

Não sinto a pressão como algo ruim. Como também jogo pela seleção, estou sempre no centro das atenções no meu clube. Felizmente, sei lidar bem com isso, e não é algo que me sobrecarregue tanto. Procuro me concentrar apenas no futebol. Não posso me deixar influenciar de forma alguma com o que a imprensa fala a meu respeito.

Quando viaja com a seleção, você parece brilhar ainda mais tanto dentro como fora de campo. A Alemanha é realmente o time perfeito para você?

Eu me sinto ótimo atuando tanto pela seleção como pelo meu clube. Sempre fico feliz quando saio para viajar com a seleção e também quando retorno a Colônia.

Apesar disso, sempre fica a impressão de que você poderia render um pouco mais pela seleção. Qual é a diferença entre jogar pelo seu clube e ter a pressão de um milhão de torcedores e lutar pela seleção com o peso de 82 milhões de pessoas nas suas costas?

Sempre jogo com muita motivação. Entro em qualquer partida para vencer, seja pelo Colônia ou pela seleção. Claro que é um sentimento especial defender a Alemanha em uma Copa do Mundo e saber que toda a nação está torcendo por mim.

Na seleção, você costuma atuar em diferentes posições, jogando bem onde quer que o treinador o escale. Mas qual você acha que é a sua verdadeira posição e qual é o papel que você desempenha como um dos jogadores mais jovens da Alemanha?

Para mim, não é decisivo onde sou escalado. Já joguei tanto pela esquerda como pelo meio na seleção, mesmo em partidas importantes contra grandes adversários. Pelas experiências que tive, sei que posso atuar em diferentes posições.

O técnico Joachim Löw dirige a seleção alemã desde o final da Copa do Mundo da FIFA 2006. Como você o descreveria como pessoa e como técnico? Além disso, qual a importância dele para o sucesso do selecionado germânico?

O Jogi Löw é um treinador experiente, já viveu muitas coisas e é uma autoridade absoluta. Ele e os colegas trabalham prestando muita atenção aos detalhes e ele lida bem tanto com os jogadores mais velhos quanto com os mais jovens. Temos uma filosofia de jogo bem definida na seleção, que ele transmite de forma muito clara. Ele e toda a comissão técnica tiveram uma participação fundamental nos nossos sucessos recentes.

Já estamos na reta final para a África do Sul 2010 e alguns atacantes ainda estão na disputa por uma vaga na equipe titular da Alemanha. O que você fará nos próximos meses para garantir o seu lugar no time que entrará em campo na primeira partida da Copa do Mundo da FIFA?

Quero apenas jogar bem pelo meu clube para mostrar ao treinador que mereço uma vaga. Além disso, é preciso lembrar que não atuo apenas no ataque, mas posso jogar também pelo lado esquerdo. Sem dúvidas, essa flexibilidade não é nenhuma desvantagem.

Na África do Sul vocês enfrentarão Sérvia, Gana e Austrália. Como você avalia os adversários da Alemanha na primeira fase?

O nosso grupo pode ser chamado de tudo, menos de fácil. Antes de tudo, precisamos nos impor contra essas seleções. Atualmente, não existem mais seleções fracas, especialmente em uma Copa do Mundo. No entanto, estou convencido de que, se jogarmos o que sabemos, conseguiremos passar da primeira fase e chegaremos longe na competição.

Depois de ficar em terceiro lugar no Mundial de 2006, a Alemanha foi vice-campeã europeia em 2008. Se vocês continuarem em ascensão, a única coisa que resta é conquistar o título. Até onde a seleção alemã pode chegar na África do Sul 2010?

Se atingirmos todo o nosso potencial e nos comportarmos bem coletivamente, vamos jogar pelo título. No entanto, isso sempre depende um pouco do momento da equipe e é preciso ter um pouco de sorte também. Além disso, também precisamos ficar ligados em algumas das outras seleções.

Na sua opinião, quem é o principal favorito a conquistar a Copa do Mundo da FIFA?

Não acho que haja um grande favorito. Há várias seleções que têm condições de conquistar o título. Alguns exemplos são a Espanha, o Brasil, a Argentina e também a França.

No plano pessoal, quais são os seus objetivos na Copa do Mundo da FIFA depois de ter sido eleito o Melhor Jogador Jovem no torneio disputado no seu próprio país há quatro anos?

Gostaria de jogar todas as partidas do torneio, provar o meu valor dentro de campo e, se possível, superar todas as seleções. Mas o importante não é o aspecto individual, e sim contribuir com um bom rendimento para que a equipe seja bem-sucedida.

Depois de já ter vivenciado a experiência de jogar uma Copa do Mundo da FIFA em 2006, quais as suas expectativas, de uma maneira geral, em relação à África do Sul 2010?

A Copa do Mundo de 2006 foi algo especial. Foi o meu primeiro Mundial e, ainda por cima, jogamos em casa e havia uma atmosfera incrível. A primeira Copa do Mundo na África será uma experiência nova e muito emocionante. Estou ansioso para interagir com o povo de lá, que sabe como criar uma atmosfera espetacular. Foi o que vimos na Copa das Confederações.

Um comentário:

Roselaine disse...

Ele é muito lindo gosto muito dele

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